domingo, 3 de julho de 2011

Carta aos Institutos Paulinos

Comunidade Formativa de Campinas 
 Pia Sociedade de São Paulo - 27 de Junho de 2011



Pe. Vitorio,
Eu, Felipe Ferreira de Melo, por ocasião da vivência do mês dedicado a São Paulo, escrevo aos Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada, representados por sua pessoa, cheio do desejo de partilhar minha experiência, há pouco iniciada, e vê-los repletos das bênçãos de Cristo. Graça e paz da parte deste mesmo Deus que nos ama e convida à santidade.
Nesta etapa do Propedêutico, onde minha consciência às motivações vocacionais é moldada segundo o carisma Paulino, Jesus se revela gradativamente, com mostras de sua vontade destilada em pequenas gotas de entendimento e compreensão da grandeza desta obra: a Família Paulina, incutida no desejo de seu servo, Pe. Alberione.
Aos Institutos São Gabriel Arcanjo, Nossa Senhora da Anunciação, Jesus Sacerdote e Santa Família: abraçar a vontade do Senhor é o nosso primeiro e maior convite. Nós, que juntos formamos o Corpo de Cristo, a Santa Igreja, e ainda, de forma mais específica, assumimos uma missão particular de serviço e doação de nossas vidas, temos que reproduzir os passos de Jesus por onde quer que passemos, como sinais de sua presença e verdadeiros discípulos que, sem medir esforços, levam a Boa Nova a todo mundo.
Amados irmãos em Cristo, não é de hoje que percebo um movimento contrário à santidade em nossos tempos e, por isso, não poderia deixar de falar a respeito com vocês. Acontece que as pessoas, parece-me, desacreditadas da possibilidade de viverem a santidade; e o que ainda mais me consterna, é perceber que este mesmo pensamento tem ocorrido também entre nós. É como se, para os que assim pensam, a graça de Deus fosse derramada em menor quantidade agora do que no início das primeiras comunidades cristãs. "Fechado em si mesmo, o homem não aceita o que vem do Espírito de Deus" (1Cor 2,14a). Como é difícil, para mim, alcançar uma compreensão que justifique tal pensamento. Reconheço o quanto somos alvejados ininterruptamente por todo tipo de investida avessa a uma experiência profunda e verdadeira do ser cristão. É o relativismo das vontades particulares das pessoas que ganha força na superficialidade oferecida pelo mundo do "ter". "Posso fazer tudo o que quero. Sim, mas nem tudo me convém. Posso fazer tudo o que quero, mas não deixarei que nada me escravize" (1Cor 6,12). Deve ser este o pensamento indissoluvelmente arraigado em nossa mente.
Devemos acreditar no fruto do trabalho de nossas mãos. Não posso servir a um Deus, que acredito, não seja capaz de me fazer santo por seu poder na vivência cotidiana do trabalho que desenvolvo em função da evangelização e santificação de outras almas. Se assim procedermos, nos tornaremos profissionais, e não apóstolos da evangelização. Somos vistos de forma distinta das outras pessoas, pois servir a Deus, quer queiramos ou não, torna-nos exemplo para os demais. "Cuidem, porém, que a liberdade de vocês não se torne ocasião de queda para os fracos" (1Cor
8,9). Portanto, devemos acreditar na ação de Deus em nós, e na tremenda e iminente realidade de santificação do nosso ser, em vista dos méritos de Jesus Cristo, que nos remiu com seu Sangue, expiando nossos pecados, e deixando-nos o dom da santidade. "Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; pelo contrário, é uma necessidade que me foi imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!" (1Cor 9,16).
Peço ao senhor, Pe. Vitorio, e aos irmãos/ãs que formam conosco esta bela e numerosa Família que, por meio da experiência de vocês, auxiliem-me na vivência do meu crescimento na vida religiosa, tão rica do desejo de servir, com o máximo de perfeição possível, à vontade de Deus e anunciá-lo através dos meios de comunicação-social, conforme aprouve ao Senhor iluminar a inteligência do Bem-aventurado Tiago Alberione, com o carisma do anúncio apostólico de São Paulo sob a intercessão de Maria Rainha dos Apóstolos.
Despeço-me reforçando o desejo de bênçãos derramadas como torrentes sobre cada um dos Institutos, com a divina proteção de nossa Mãe Santíssima e o incentivo de nos esforçarmos pela vivência da santidade em nossa vida e serviço a Deus. Fico feliz em caminhar com vocês pelos mesmos caminhos escolhidos por Jesus. Graça e paz.
               
Felipe Ferreira de Melo
Seminarista Paulino

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