domingo, 30 de dezembro de 2012

2013 - Onde está o tesouro?


Anselmo Cabral | isga
 
2013: nós é quem vamos fazer!
Jesus Mestre está conosco.
 
Todos nós, invariavelmente, estamos em busca da felicidade. Uns podem entender que sua felicidade pode estar em alguma coisa, outros entendem que está em uma pessoa a quem se deva devotar não só todo o seu amor romântico (ou qualquer outra forma de amor) como também o sentido da própria vida. Deus que me livre. Ou há os que pensam que a felicidade está dentro de si ou no encontro de uma prática religiosa que satisfaça seus anseios maiores de realização espiritual. O fato é que, muito cultas, pouco cultas ou mesmo não preocupadas com a cultura que têm, todas as pessoas vivem tentando desenhar o seu mapa do tesouro de modo que se aproxime o máximo possível da perfeição necessária para fazê-las chegar a sua realização.
Muitas vezes é justamente esse desejo de felicidade e a coragem de correr atrás do que se quer  que nos faz construir todo um projeto de vida e ainda reconstruí-lo outras tantas vezes já que durante o tempo de uma existência, nós também alteramos nosso quadro de prioridades e vamos reelaborando nossos propósitos, desejando outras coisas, assumindo novos mapas e direcionando nossos esforços para novos tesouros.
Mas se o desejo de ser feliz é próprio de todo ser humano, não sei se posso afirmar que a coragem de ir em busca dessa felicidade (diria desse tesouro) que é individual e próprio de cada pessoa, também seja algo assim tão universal. Desejar é uma coisa, ter força de vontade para desenhar o mapa e depois seguir esse percurso já é outra coisa bem diferente. Mais ainda, se a gente considera quantos são os que param pelo caminho devido às dificuldades, ou aqueles que se colocam a andar sem ter tido o cuidado de desenharem seus mapas, então vemos que a felicidade que se busca muitas vezes acaba tendo de ser encontrada de outras formas. Ou é assim ou se vive na frustração! – Na busca da realização dos nossos sonhos não são poucas as vezes que desaparece a luz no fim do túneo. Contra toda desesperança, nessas horas talvez seja conveniente lembrar de uma das mais bonitas canções (na minha opinião) de Renato Russo: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei...”.
A capacidade de redesenhar os mapas dos nossos tesouros é uma competência cada vez mais importante. Alguém irredutível e pouco flexível diante de seus propósitos certamente enxergará maiores dificuldades e menores chances para ser feliz. De outro modo, também não adianta apenas que a gente se contente com o que a vida oferece se aquilo não atende minimante ao que buscamos como nossa verdade. “Onde está o teu tesouro, aí está o teu coração”, foi o que afirmou Jesus Cristo. Portanto, é necessário que nos investiguemos interiormente, que encontremos dentro da própria intimidade da nossa alma quais são os tesouros pelos quais valem a pena viver e colocar nossos esforços. De repente, a busca desse tesouro já é mais, ou tão feliz, quanto encontrá-lo. Gosto de acreditar que a felicidade de um pintor ao realizar seu quadro não é menor do que ver essa obra depois, concluída e admirada por muitas pessoas na parede de uma galeria de arte.
Felicidade tem tudo a ver com criatividade e com coragem. Quem não tem coragem poucas vezes será feliz, porque a felicidade, embora seja uma graça, não se dá. É uma conquista e também o resultado de um processo de busca, de maturidade e de releituras da vida feitas com serenidade e muitas vezes como que atravessando experiências doloridas. De que adianta viver suspirando pelo que ainda teremos (e será que o teremos?) sem degustar paciente e deliciosamente do que já pode nos fazer felizes durante o percurso?
O tesouro de cada pessoa pode estar onde ela acredita que está ou até bem mais perto. A melhor coisa, penso eu, é ter foco, sinceridade e percepção. Caminhar no sentido daquilo que se quer alcançar, mas sem perder de vista o caminho. Afinal, as flores e as fontes da estrada alimentam as forças de quem precisa ir mais longe. Mas nem sempre é preciso ir tão longe para ser feliz. Quase sempre não é.

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