sábado, 10 de março de 2012

Autoconhecimento e compromissos cristãos

Anselmo C.- isga         

          Em nossa vida consagrada inserida nas realidades do mundo secular, é preciso ficarmos atentos para a compreensão das manifestações de Deus nas situações onde, não necessariamente, aparecem as cores da religião. Nossa mística adquire uma conotação bem mais abrangente e ousada, já que o culto e a doutrina católica nos servem de inspiração para fazermos uma leitura contínua do mundo e de nós mesmos à luz da pessoa de Jesus Mestre, mas profundamente encarnado nos contextos atuais da cultura, da economia e da política. Sem essa compreensão, será mais difícil atuarmos no mundo assumindo plenamente a condição de gabrielinos.
          Nossa própria formação nos exige muito do empenho pessoal e da necessária inclinação para uma leitura ao mesmo tempo espiritualizada, mas também crítica e esperançosa, do mundo. Lembramos que Jesus não veio julgar o mundo, veio para salvá-lo! E a nossa missão, antes de mais nada, é seguir os passos dele, procurando, de toda forma que esteja a nosso alcance, viver de modo parecido como ele viveu, com os seus mesmos pensamentos e sentimentos. Pensar nessas verdades é fundamental, mas, na vida real, como faremos isso?
          Penso que uma das coisas mais importantes seja, em primeiro lugar, adquirirmos uma justa ideia de nós mesmos: autoconhecimento na oração! É preciso que nos conheçamos intimamente, que saibamos quem somos, que tenhamos clareza sobre até onde já conseguimos avançar no nosso crescimento como seres humanos e quais são as nossas metas de crescimento. Há pessoas que temem fazer este olhar profundo sobre si mesmas e isto é uma tolice porque o autoconhecimento embora possa ser difícil, também possibilita que, identificando nossas fraquezas humanas, de modo sereno e pleno de perdão, possamos nos tornar misericordiosos com as fraquezas das outras pessoas. O coração do discípulo deve encontrar essa doçura para com os outros a partir da doçura que nutre por si mesmo e por Jesus.
          Depois, é fundamental em nossa vocação específica estarmos constantemente nos alimentando da Palavra de Deus e das notícias que nos cercam. Precisamos, se quisermos ser bons gabrielinos, nos mantermos informados sobre o que está acontecendo no mundo. Tudo nos interessa porque tudo está interligado e se desdobra em consequências para a nossa vida. A crise do capitalismo na Europa; a sucessão presidencial nos Estados Unidos; a corrida armamentista no Irã; o movimento de libertação das ditaduras no oriente; as decisões tomadas nos fóruns mundiais (social e econômico); o andamento das obras do rio São Francisco; a situação de perseguição em que vivem tantos cristãos em vários lugares do mundo de hoje; as conquistas e avanços dos movimentos sociais no Brasil... Tudo isso, e muito mais, é fonte de inspiração e de motivação para as nossas incursões missionárias e para nossa vivência compromentida com a construção de um mundo melhor. 
          A coisa mais importante é que estejamos sempre cheios de amor. Nunca um amor ingênuo, alienado e frágil, mas um amor verdadeiro, que nasce e cresce no encontro diário com o Divino Mestre Jesus Cristo, que nos faz cada vez mais amorosos conosco mesmos e transforma essa autoestima (absolutamente necessária) em infinito desejo de que todas as pessoas sejam também felizes. Não poderia ser diferente, porque Ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância!

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Um comentário:

Prof. Francisco Castro disse...

Por isso a Igreja, como mãe e mestra sempre recomendou o exame de consciência baseado nos dez mandamentos. Eis a melhor forma de auto conhecimento.Sou eu mesmo perante a lei de Deus e minha resposta a esta lei. Resposta de obediência que nasce do amor a Deus. E olhar o mundo com o olhar de Jesus, que veio para fazer a vontade do Pai e acima desta vontade nada se colocava para ele. Amar a Deus acima de tudo e por amor a Deus amar as pessoas e conduzi-las a Jesus, unico mediador entre Deus e os homens; agir como Maria Santíssima que guardava em seu coração tudo o que ouvia sobre e de Jesus para tirar conclusões. Orientar tudo que há no mundo como os falsos anseios de liberdade moral, para Cristo, que nos mostra que a maior escravidão, é aquela, que nos faz escravos do pecado.