quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Bem-Aventurado Pe.Alberione e as vocações



               O Bem-aventurado Tiago Alberione promoveu todas as vocações existentes na Igreja e as direcionou para um carisma comum: a Evangelização com os meios mais modernos, os meios de comunicação social. Não se limitou a criar uma congregação religiosa masculina e feminina como o fizeram muitos. Mas deu origem a toda uma família religiosa constituída por homens e mulheres. E acolheu a nova forma de vida consagrada: os Institutos de vida secular consagrada agregados à Pia Sociedade de São Paulo, ramo da Família Paulina. São Gabriel Arcanjo para homens; Nossa Senhora da Anunciação para mulheres e até Santa Família para casais.
               Ele entendeu que há muitas pessoas que não são chamadas à profissão religiosa dos conselhos evangélicos numa comunidade. E que há homens chamados ao celibato, que não desejem ser padres. Compreendeu que a consagração no mundo não é um trampolim para a ordenação sacerdotal, no caso dos homens, nem um prêmio de consolação para aqueles que não puderam ser religiosos.
               Pe. Alberione foi corajoso o bastante para correr o risco de limitar vocações para a sua própria congregação religiosa, a Pia Sociedade de São Paulo. Quantos na Igreja ficam sem entender por que um jovem, que não deseja ser padre, fica sem casar. Isso quando a própria existência de irmão leigo entre religiosos não é compreendida ou estimulada por muitos, e muito menos a consagração no mundo sem deixar o ambiente familiar e profissional.
               Creio que também para os consagrados no mundo fica a dúvida. Não somos religiosos porque não temos vida comum e comunhão de bens; e não somos simples leigos porque fizemos votos em tudo igual aos religiosos e reconhecidos pela Igreja. Afinal, qual o nosso lugar na Igreja? Prováveis religiosos que não deram certo para a vida em comunidade? Vocacionados que não puderam chegar ao sacerdócio? De forma alguma. Temos uma vocação específica dentro da Igreja. Fomos chamados no mundo e para o mundo a fim de testemunhar a vida oculta de Jesus, de um carpinteiro em Nazaré, durante mais de trinta anos.
Quantos não se perguntariam ao encontrarem um jovem com o desejo de professar os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência permanecendo no mundo: Por que não entra na Congregação dos Paulinos? O que você ganha com o celibato sem o status da vida sacerdotal ou religiosa?
Penso que até muitos consagrados leigos ainda não entenderam seu lugar dentro da Igreja. Creio que é por isso que nos Institutos de vida secular consagrados praticamente só haja vocações femininas. As mulheres vivem o celibato sem a perspectiva de uma ordenação. Mas que homens possam assumi-lo sem pretender se tornarem padres, causa certa estranheza até mesmo em outros religiosos. E, no entanto, penso que seja este o testemunho eficaz para o mundo, de que o amor a Deus não busca outro objetivo a não ser a sua glória, e da nossa parte a absoluta entrega de nossa vida sem o objetivo de nenhum status social.
               Foi este o olhar do Pe. Alberione. Nem todos são chamados à vida de comunidade. O Senhor chama muitos a permanecerem no mundo tal e qual os outros, e a anunciar a boa nova da Encarnação de Deus como um trabalhador junto aos outros. Por isto Pe. Alberione não teve medo de criar um Instituto de vida secular consagrada para homens e de encaminhar para ele até mesmo possíveis vocações para   a Pia Sociedade de São Paulo. Ele soube promover e acolher todas as vocações que o Espírito Santo suscita na Igreja.

Prof. Francisco Silva de Castro, isga

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